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Santa Cruz do Capibaribe adere aos protestos nacionais e, sem violência, torna-se exemplo a ser seguido por Pernambuco e pelo Brasil

Manifestação pacífica reune mais de 2500 pessoas para reivindicar direitos. Fotos: Thonny Hill e Elivaldo Araújo.

“Vem, vem pra rua!”. Era essa uma das frases mais repetidas por adolescentes, jovens e adultos que participaram da primeira grande manifestação no município, em apoio às mobilizações realizadas nas mais de cem cidades espalhadas por todo o Brasil.

A concentração dos manifestantes foi às 16h em frente a Igreja São Cristóvão, que fica localizada na Avenida 29 de Dezembro, principal do município.

Frente da igreja São Cristóvão ficou tomada pelos manifestantes.

A todo momento, caras pintadas surgiam pelas ruas.

Homossexuais e simpatizantes reivindicavam por respeito a diversidade sexual.

Intimidados pela breve chuva que caiu e pelo expediente de trabalho, apenas algumas centenas de jovens, principalmente estudantes e lideres de movimentos estudantis, iniciaram as movimentações, que foram ganhando cada vez mais adesões à medida que a hora avançava e o protesto caminhava pelas ruas.

Com faixas, cartazes ou rosto pintado, manifestantes coloriram de verde e amarelo as ruas onde passaram.

Na subida da avenida, adesões já faziam o protesto crescer em número de manifestantes.

De acordo com o Major Romildo, da Polícia Militar, mais de 2500 pessoas foram para protestar, sem qualquer ato de violência e “na paz”.

Major Romildo.

“O movimento foi pacífico, ordeiro e o caminho é esse: todos lutarem pelos seus direitos. Não adianta juntar pessoas e ter um quebra-quebra. Esse movimento está sendo tranquilo e vai chamar muito mais atenção do que qualquer outro que tenha forma desordeira”, pontuou.

Cada uma foi do seu jeito, seja com o rosto pintado com as cores da bandeira, com cartazes e faixas ou em coro, reivindicando melhorias para a saúde, educação, segurança, transportes e claro: o fim da corrupção e da PEC 35, que tira do Ministério Público o direito de investigar denúncias, especialmente de crimes políticos.

O protesto também teve espaço para outras causas como a proteção e garantia aos animais domésticos abandonados, a proteção do meio ambiente e o respeito pela diversidade sexual.

A manifestação foi acompanhada por 50 policiais militares em motos, viatura e também em um micro-ônibus.

PE-160 foi interditada e Câmara de Vereadores foi o principal prédio público para as manifestações

Com a chegada dos manifestantes, PE-160 ficou interditada nos dois sentidos.

Após a saída da Igreja São Cristóvão, os manifestantes seguiram avenida acima, até chegarem a PE-160, que ficou bloqueada momentaneamente nos dois sentidos. Em seguida, desceram pela Avenida Cesário Aragão até alcançarem a Avenida Jatobá.

PE-160 ficou interditada por mais de meia hora.

Manifestantes, por várias vezes, cantaram os hinos Nacional e de Pernambuco.

Além de palavras de ordem, músicas com letras de protesto também eram ouvidas na manifestação.

Com a chegada à Avenida Padre Zuzinha, o protesto seguiu até a Câmara de Vereadores, onde houve uma manifestação por cerca de 30 minutos.

Guarda Municipal observava a chegada dos manifestantes.

Manifestações foram pacíficas também na frente da Câmara.

Área externa foi completamente ocupada pelos manifestantes.

Logo após, o protesto seguiu até chegar a rua Cabo Otávio Aragão, encerrando no Parque Florestal às 20h.

Manifestantes “passaram longe” da prefeitura, da estrutura dos festejos juninos e da residência do prefeito Edson Vieira

Antes da manifestação começar, GCM já protegia a entrada da área destinada aos festejos.

Ao contrário dos mais pessimistas que alertavam sobre possíveis atos de vandalismo aos locais citados e depredação a prédios públicos, os manifestantes não romperam os bloqueios feitos pela Guarda Municipal e pela Polícia Militar, que observavam o protesto passar.

Aos olhos dos policiais e da GCM, manifestantes passavam na rua lateral a prefeitura.

GCMs que ficaram na frente da casa do prefeito viram protesto passar bem distante de onde estavam.

Polícia Militar observava o encerramento do protesto em frente ao Parque Florestal.

Incidentes isolados não atrapalharam o protesto

Três incidentes foram registrados no protesto, mas nenhum com grande tumulto. O primeiro deles foi no Monumento Bíblico, onde uma senhora partidária se alterou e questionou a credibilidade dos protestos, sendo repreendida pela polícia.

O segundo foi uma bomba solta por um dos manifestantes à medida em eles que desciam a avenida até o cemitério São Judas Tadeu, mas o mesmo foi contido e vaiado pela multidão.

Já o terceiro incidente foi um cartaz alusivo a um deputado de Santa Cruz, que foi prontamente retirado antes dos ânimos se exaltarem.

Nova manifestação será marcada para a próxima semana

Rubinho Rezende

As redes sociais, que são fundamentais na organização deste tipo de protesto, serão novamente usadas pelos organizadores do movimento “Acorda Santa Cruz, junto com o Brasil” para organizar uma nova manifestação, como afirmou Rubinho Rezende.